AS ORIGENS E NOSSA HISTÓRIA
São Guido Maria Conforti após ter fundado, em 1895, a Congregação dos Missionários Xaverianos, pensou em dar início também a uma congregação feminina com a mesma espiritualidade e que colaborasse na ação evangelizadora, junto aos Padres Missionários. A ideia se fortaleceu na mente do Bispo, sobretudo quando visitou as comunidades dos seus missionários na China. Mas São Guido faleceu no dia 5 de novembro de 1931, três anos depois dessa viagem, sem ter tido tempo de realizar a obra que sonhara. Com o passar dos anos, uma nova luz penetrou na mente e no coração de um jovem Padre Missionário Xaveriano que a Providência escolhia para fundar a Congregação das Missionárias de Maria- Xaverianas. Era o Padre Giacomo Spagnolo.
Por meio de seus escritos, sabemos que, durante a quaresma do ano 1942, começou a refletir sobre a oportunidade de fundar a Congregação das Irmãs Xaverianas. “Improvisamente” achou-se envolvido na realização de um plano no qual nunca havia pensado antes. Assim escreveu no seu diário: “...cada vez que dialogas com o teu Senhor, volta à mente aquele projeto...não dá para deixá-lo cair”. E ainda se pergunta: “Mas será isso mesmo que deves fazer?”.
Enquanto isso, em julho do ano seguinte, 1943, Padre Spagnolo é nomeado Reitor da casa Mãe dos Xaverianos, em Parma. No dia 2 de julho desse mesmo ano, Padre Giacomo assim escreve no seu diário: “...dias atrás, pensando no Instituto das nossas Missionárias, por cuja fundação estou-me interessando, me veio à mente a senhorita Bóttego, como uma pessoa apta, sob todos os aspectos, para dar origem a semelhante obra”.
Sabemos pela história que a senhorita Celestina Bóttego, na época, era professora de inglês e dava aula aos estudantes de teologia. Ao ser interpelada uma primeira vez sobre o assunto, manifestou-se surpreendida e perplexa. Pessoalmente, não se achava apta para iniciar uma nova Congregação, e a resposta foi negativa. Dizia que “era mais apta para estragar as obras de Deus do que fazê-las”. Ela queria somente fazer “os interesses de Jesus”. Sabemos, porém, que Deus dispôs as coisas diferentemente, e Celestina Bóttego, de fato, tornou-se, com Padre Giacomo Spagnolo, fundadora das Missionárias de Maria.
Na Páscoa do ano seguinte: 1944, Padre Giacomo Spagnolo, como Reitor da casa dos Missionários Xaverianos, enviou à Professora Bóttego um cartão com os votos de Páscoa. Um cartão, porém, não comum, e sim muito significativo: O cartão reproduzia o Cristo Crucificado e, no verso, estava escrita uma só palavra “Tudo”. Lendo o que o Padre escreveu , em 24 de maio do ano 1944, sabemos que a senhorita, depois disso, não ficou tranquila, e que a imagem do Crucificado com a palavra “Tudo” a tinha tocado mais ainda. No fim da página, no mesmo dia, o Padre escreveu: “Hoje a Congregação ganhou a sua fundadora que ao Senhor pronunciou o seu FIAT”.
